Voando alto

O empresário e paraquedista Fernando Passi, da Divinal Vidros, mostra como o esporte mudou sua vida

Foco, segurança e rapidez na tomada de decisões. Estes são alguns dos ensinamentos do paraquedismo que o empresário Fernando Passi, da Divinal Vidros, procura levar para sua vida profissional em 13 anos de prática do esporte radical. Dedicação recompensada com títulos que ele acumula e é orgulho para a família.

Fernando treina com frequência na escola FlyFactory, no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) em Boituva, no interior de SP. O local se tornou sua segunda casa. Lá ele se sente à vontade perto dos amigos que conquistou e realizado por um contato tão próximo com a natureza. Nos bastidores, o clima do ambiente é descontraído.

Antes de saltar ele dispara uma frase que tem a ver com o início desta história frente a uma brincadeira de um colega: “O medo me acompanha em cada salto, motivo pelo qual me mantenho sempre seguro. A cada salto um desafio diferente.”

Quem o vê hoje não imagina que ele iniciou no esporte justamente para vencer certas barreiras que o incomodavam. Ele conta como tudo começou: “O meu início no paraquedismo foi uma questão de vencer algumas barreiras. Sempre fui uma pessoa muito medrosa, com muito medo de certas coisas, e o paraquedismo foi a maneira que eu achei para tentar vencer um dos medos, que nada tinha a ver com medo de altura, mas sim , de querer sair de um avião em pleno funcionamento e chegar seguro ao chão, mas sem o avião. Fiz um salto duplo conectado a um instrutor, no qual a única obrigação sua é se divertir. Fiz esse salto, gostei e não parei mais.”

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A modalidade escolhida por Fernando é o FreeFly, no qual não existe apenas uma posição para o vôo e sim diversas, sendo possível usar a criatividade e ousar. É claro que algumas posições básicas devem ser conhecidas, como de cabeça para baixo (headdown), sentado (Sitfly),deslocamentos (Atmonauti, track jump) entre outras.

Ele tem  mais de 1200 saltos e mais de 20 horas em simulador de vôo (Tunel de vento) e hoje também atua como instrutor na escola onde pratica quase todos os finais de semana.
O empresário explica o que o motiva nesse universo cheio de surpresas: “Venho sempre procurando evoluir no esporte. Hoje é para    driblar o stress do trabalho, esquecer um pouco da rotina.

Não existe uma quantidade de saltos que sinalize que já se fez tudo que podia fazer no esporte. Cada salto é diferente, tem uma perspectiva e um objetivo diferenciado.

Isso me deixa com bastante adrenalina, descarrega energia e eu consigo retornar ao trabalho com outro foco, mais inspirado, com ideias diferentes e sem contar que volto para casa como se fosse outra pessoa. Minha esposa costuma brincar, quando estou um pouco nervoso, dizendo que eu deveria ir saltar.”

Em sua carreira Fernando conquistou alguns títulos, como o de recordista Brasileiro e Sul Americano de maior formação em queda livre (Headdown) em 2009, vice-campeão da Copa FlyFactory em 2007 e terceiro colocado no Brasileiro de 2009.

É também integrante da comissão de arbitragem para a modalidade FreeFly e é membro do comitê de eventos artísticos da Confederação Brasileira de Paraquedismo(CBPQ). Neste momento se prepara para disputar vaga em uma nova quebra de recorde, mas desta vez com 15 paraquedistas a mais de 280km/hora. Para isso precisa passar por um teste em que somente os que obtêm melhor desempenho são selecionados.

O paraquedista já saltou no Arizona, Flórida, Carolina do Norte , Punta del leste e na grande maioria das áreas localizadas no Brasil (Campinas, Piracicaba, Sorocaba, Ubatuba, Búzios, Resende, etc) sendo a área de Boituva sua dropzone.

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Para Fernando, assumir riscos é o que faz a atividade ainda mais prazerosa. Segundo ele, as experiências do paraquedismo também podem ser aplicadas na vida profissional. E contextualiza: “O fato de estar sempre ligado à natureza, à velocidade e a questão da adrenalina me dá um leque de possibilidades dentro da empresa.

Uma delas diz respeito à tomada de decisões, que deve ser muito rápida. Em uma situação de emergência, por exemplo, a altura de comando de um paraquedas gira em torno de 3.500 a 2.800 pés, mas vamos considerar três mil pés. Se ele não for acionado em dez segundos você já estaria no chão em uma velocidade terminal. No caso do trabalho, se necessário uma decisão rápida ou emergencial, você precisa ter conhecimento, atitude e equilíbrio para se desvencilhar daquele problema, tomando atitudes rápidas, porém pensadas.”

A carreira de paraquedista do Fernando também já teve fatos marcantes. A primeira história tem a ver com romantismo. Sua despedida de solteiro foi realizada de forma inusitada. Um dia antes de seu casamento se vestiu de terno e com um buquê de flores saltou e passou a madrugada inteira editando um vídeo com o objetivo de preparar uma surpresa para a futura esposa.

No dia da festa, exibiu um clipe romântico aos convidados, que mesclava imagens do casal que namorava desde a adolescência e também do vôo romântico. A noiva não resistiu e caiu no choro.

A segunda história é tragicômica e ele mesmo faz questão de contar sorrindo: “Quando eu tinha 32 saltos sofri a minha primeira pane e tive que abrir o reserva justamente no dia em que minha esposa e meu pai, que nunca haviam me visto saltar, estavam presentes. Quando desconectei o paraquedas caiu bem próximo a eles e o instrutor informou que era o paraquedas do Fernando.

O paraquedas caído parecia mexer por causa do ar que havia dentro e até eles entenderem que era só o equipamento, e que eu estava seguro voando com o reserva, demorou quase um minuto. Minha esposa estava grávida de sete meses, os dois entraram em desespero e ela quase teve nosso filho em Boituva. Mas graças a Deus, foi só susto.” Confira o video da despedida de solteiro na VidroTV em: www.vidro.inf.br

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