Cuidado: material pesado, cortante e frágil!

De ventosas e pinças a pontes e pórticos rolantes, equipamentos para movimentação do vidro agregam avançadas tecnologias para garantir a segurança, a ergonomia e a integridade do material

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Ao observamos uma fachada ou cobertura de vidro, dificilmente imaginamos os intricados _mg_13176trajetos e processos pelo qual aquelas chapas envidraçadas passaram para chegarem intactas até ali. Do chão de fábrica à instalação na obra, o vidro percorre um extenso caminho, ao longo do qual seu transporte, armazenamento e manipulação exigem atenção absoluta. Da produção à instalação, cada etapa do processo requer uma série de recursos e tecnologias especiais, capazes de garantir agilidade e segurança, além da integridade do material.100_3950

Embora possa apresentar alto nível de resistência quando submetido a processamentos específicos, o vidro está entre os materiais construtivos mais frágeis e suscetíveis a impactos. Além de delicado, trata-se de um produto altamente cortante e que apresenta inúmeras particularidades quanto à textura de sua superfície, peso, formato piccolino_50e_3e dimensão das chapas. Exige, portanto, procedimentos e tecnologias específicas para ser manipulado e transportado de forma ágil e segura, sem comprometer o processo produtivo. Para dar conta de tamanho desafio, a indústria de máquinas e equipamentos tem desenvolvido soluções arrojadas, voltadas para uso tanto nas fábricas e processadoras como nas obras.

A automação desses equipamentos tem sido um diferencial importante para garantir a manipulação adequada das chapas. “De um modo geral, os principais ventosa-4gb-azul-fotos-7benefícios estão associados a tecnologias capazes de prevenir acidentes envolvendo tanto o material quanto os profissionais que operam as máquinas”, afirma o diretor Gabriel Andrade, da Agmaq. Além disso, como em qualquer equipamento industrial, os recursos visam aumentar a produtividade do chão de fábrica e a agilidade das instalações. “As indústrias têm investido cada vez mais em tecnologias que tornem o processo de manipulação de cargas pesadas o mais ergonômico possível aos seus colaboradores”, observa Wagner Carlete, da Ventowag, empresa especializada equipamentos de transporte a vácuo.

Segundo Neide Gusmão, diretora da Gusmão Representações, a durabilidade é outro fator primordial para garantir a movimentação segura das chapas. “Além de peças duráveis, os equipamentos devem contar com acessórios especiais que preservem o vidro, protegendo-o de riscos, trincas etc.”

TRANSPORTE A VÁCUO

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As ventosas estão entre os recursos mais usados na movimentação do vidro, já no início do processo produtivo. Nas usinas vidreiras, o material é fabricado em chapas de grande porte de tamanho predefinido; e são as ventosas que auxiliam no manuseio das peças, para que sejam acondicionadas nos colares, paralelas umas às outras e perpendiculares ao solo. “No nível do piso, carrinhos e cavaletes com rodas são alguns dos equipamentos necessários para movimentação das chapas ou dos colares”, aponta Neide. “Na processadora, as ventosas são responsáveis tanto por conduzir o vidro da mesa de corte até a lapidadora como pelo giro da chapa durante o processo de lapidação”.

Por serem constituídas por superfícies emborrachadas, que por sucção aderem ao material, as ventosas são muito eficientes na manipulação de peças frágeis e lisas, como é o caso das chapas de vidro. Usadas nas mais diversas necessidades de deslocamento, elevação e instalação de vidros curvos e planos de diferentes tamanhos e formatos, elas apresentam ótima performance em transportes verticais e, portanto, são também muito úteis na movimentação externa das chapas. Embora tenham a limitação de carregar apenas uma peça por vez, são muito úteis, por exemplo, quando o caminhão tem a parte de cima da carroceria fechada – caso em que as pinças, por permitirem somente a entrada vertical das peças, não podem ser usadas.

Para garantir que as chapas de vidro não se desprendam durante a movimentação, os equipamentos costumam agregar tecnologias como válvulas de segurança, que impedem a perda de vácuo quando há queda de energia; além de sistemas de controle de vácuo, que emitem um alerta caso uma das ventosas não esteja devidamente presa ao material ou haja vazamentos no sistema. “Outro item de segurança importante é o sistema duplo, que oferece circuitos independentes de vácuo. Ou seja, se um deles falha, o outro é acionado e garante a movimentação segura da peça”, explica o diretor da Ventowag, Wagner Carlete.

PINÇAS OU VENTOSAS?

ventosa-v12-1Na movimentação aérea, as pinças também são ferramentas bastante empregadas. De acordo com Gabriel Andrade, da Agmaq, esse tipo de equipamento é indicado para o manuseio de quantidades pequenas de chapas de vidro, e é muito empregado para levar as peças do estoque até os primeiros processos de uma fábrica. A diretora Neide Gusmão, da Gusmão Representação, lembra que os modelos podem variar entre os convencionais, para movimentação interna e de descarga; e os laterais, voltados para o manuseio tanto de chapas como de colares. “Para o içamento de colares, a pinça lateral normalmente é o equipamento mais adequado. Além de ser de aço – portanto, bastante robusta e resistente –, conta com garras apropriadas à fixação. As pinças convencionais, assim como as ventosas, só podem movimentar uma chapa por vez”, explica a diretora.

Segundo Wagner Carlete, da Ventowag, o maior risco de danos oferecido por esse tipo de manipulação ocorre no momento em que a carga é apoiada. “As pinças são sistemas mecânicos, com garras que normalmente se prendem à carga por meio da gravidade no momento em que ela é elevada a partir de seu ponto de apoio”, aponta Carlete. “Como as garras perdem a força de travamento das chapas, pode haver desprendimento do material caso não esteja devidamente apoiado”.

Diferentemente do sistema de pinças, o carregamento por meio de ventosas funciona por meio de vácuo, que permite a aderência dos batentes das ventosas à superfície do material. “Quando projetados corretamente, os sistemas a vácuo distribuem a força de sustentação das ventosas em vários pontos na superfície da placa de vidro, com dispositivos capazes de garantir que as elas não se desprendam do vidro no momento em que é apoiado no solo, ou mesmo que escorreguem caso ocorram “balanços” durante o manuseio”, explica o diretor.

DAS FÁBRICAS À OBRA

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Nas fábricas, equipamentos específicos são utilizados para movimentação interna, como empilhadeiras e pontes rolantes, que variam de acordo com o tamanho e especificação do produto. Usadas para o transporte de cargas em geral, as pontes rolantes são estruturas suspensas que se movimentam sobre trilhos. “Na viga de estrutura da ponte, move-se uma talha elétrica, que possibilita a movimentação de cargas e matérias nos sentidos horizontais, verticais e longitudinais”, explica Ronaldo Calabrez, diretor da Inamaq. “O uso de ponte rolante é essencial para ganho de produtividade e segurança”, diz Gabriel Andrade, da Agmaq.

A manipulação de chapas no chão de fábrica também costuma ser feita por meio de carregadores automáticos, usados para movimentações mais complexas, como transferir chapas da posição vertical para a horizontal. “Quando feita com um carregador, essa operação torna-se segura e rápida, levando em torno de 35 segundos”, aponta Andrade.

Já para a instalação do vidro nas obras, a escolha dos equipamentos será determinada, principalmente, pelo porte e a fase da construção. “As máquinas podem variar de elevadores verticais a retroprojetores, denominados ‘super lifters’, que suportam cargas de 100 kg a 400 kg, ideais para residências, halls térreos e fachadas de até 8 metros de altura, do tipo spider”, explica o diretor da Guindaste Aranha, Jefferson Candeo.

As tecnologias para movimentação de chapas variam entre ferramentas mecânicas e equipamentos motorizados totalmente automatizados constituído por duas, três ou até mesmo um conjunto de peças emborrachadas. A diversidade de modelos visa atender a diferentes espessuras e dimensões das chapas, além de necessidades de movimentação. Confira, a seguir, alguns deles:

VENTOWAG

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A linha de ventosas da Ventowag apresenta duas variáveis: a Super Glass e a Super Glass Automatic. A primeira é composta por equipamentos normalmente utilizados em conjunto com um sistema de guincho (pontes rolantes, gruas giratórias ou guindastes tipo munk). Já a segunda consiste em equipamentos automatizados, geralmente empregados em linhas de produção, que permitem alimentar ou desalimentar as máquinas de beneficiamento do vidro. “Com o avanço das tecnologias de comunicação, os equipamentos podem operar remotamente e oferecer total integração com outros sistemas empregados, possibilitando melhor controle de produtividade, desempenho e manutenção”, diz o diretor da empresa, Wagner Carlete.

ITALOTEC

Projetada para garantir segurança ao trabalho do operador, a ampla linha de ventosas da fabricante nacional Italotec oferece inúmeras variáveis, e pode ser usada tanto em processos internos na fábrica, auxiliando o operador no giro e basculamento da chapa nas lapidadoras e mesas de corte; como em obras, atuando na sustentação da chapa no momento da instalação. Os modelos vão do V1H, desenvolvido para sistema pneumático com um ponto de fixação e capacidade de carga de 200 kg, ao V12, com bomba de vácuo elétrica, doze pontos de fixação e capacidade para suportar cargas de até 1200 kg.

A empresa também oferece uma linha de braços giratórios, equipamentos que têm a função de sustentar e viabilizar a movimentação de cargas com pesos excessivos, e de sistemas ITK, que desempenham a mesma função dos braços, com a diferença de que podem ser instalados em linha, propiciando um alcance maior dentro da fábrica, dependo de sua montagem.

GUSMÃO REPRESENTAÇÕES

Entre os equipamentos a vácuo, a Gusmão destaca suas ventosas para grua, da fabricante Rial, voltada para a movimentação de chapas de vidros tanto no descarregamento como no interior da fábrica, por meio de ponte rolante, e também em instalações. Oferecidos em diferentes versões, os modelos da linha chegam a suportar até 1.200 kg. Além das ventosas, a empresa também oferece uma linha completa de pinças da marca argentina Rial, incluindo o modelo do tipo mordaça, com capacidade de até 1.000 kg de carga. O produto garante a movimentação segura de chapas entre a área de recebimento e a área de armazenamento, e da área de armazenamento até as mesas de corte.

GUINDASTE ARANHA

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A empresa oferece uma ampla linha de equipamentos voltados para a movimentação de cargas e transportes especiais, usados em diversos portes e fases da obra. Os sistemas de miniguindastes incluem spiders, minigruas elétricas, elevadores de vidro, carrinhos transportadores e manipuladores de vidros e outros sobre rodas; além de sistemas manuais e eletropneumáticos de ventosas, com capacidade mínima de 60 kg e máxima de 1 tonelada. Entre os mais procurados estão o Kegiom 350 E4. Com 8,5 metros de lança, pode operar a até 10 metros acima do solo. Sua capacidade máxima horizontal com lança recolhida é de 2.050 kg, e com lança projetada na horizontal é de 350 kg. O produto é indicado para os ramos de fabricação e instalação de chapas de vidros espessos temperados ou laminados, painéis unitizados de alumínio, vidro e pedra, em fachadas estruturais e pele de vidro, em prédios e residências, em áreas internas ou externas.

Manuais ou elétricos, os super lifters realizam o transporte, elevação, manipulação e instalação de painéis a até 9 metros de altura, com cargas mínimas de 150 kg a 330 kg e dimensões máximas de 3000 x 3000 mm. Leves e compactos, os equipamentos da empresa podem ser transportados dentro de veículos utilitários e caminhonetas de pequeno porte.

INAMAQ

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A indústria de máquinas Inamaq é especializada em pontes e pórticos rolantes, além de gruas e cavaletes. Robustos, os equipamentos chegam a suportar cargas de até 120 toneladas. Fabricados sob medida e instalados por equipe altamente qualificada, as pontes e pórticos rolantes são voltados para carregamento e descarregamento de chapas de vidro, alimentação de máquinas e massas de corte e estoque em geral. As pontes são usadas para movimentação aérea. Oferecem movimentos precisos, acionados por controle remoto e contam com sistema de segurança de fi m de curso e limitadores de carga. Já os pórticos são usados para movimentação terrestre, quando o galpão não dispõe de capacidade estrutural para a instalação da ponte, e podem ainda ser fabricados com balanços laterais, facilitando o carregamento e descarregamento. Segundo o diretor Ronaldo Calabrez, a personalização dos produtos tem sido o ponto forte da empresa. “Temos encontrado bastante espaço no mercado de vidros, pois nos empenhamos em desenvolver soluções customizadas para o segmento, que exige maior cuidado pela fragilidade do material”, afi rma. “Os equipamentos são oferecidos com inversores de frequência como inversores de frequência, resistores de frenagem, painel elétrico de 24 V e dupla velocidade, recursos que possibilitam movimentos precisos e suaves”.

VETRO MÁQUINAS

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O modelo Side Loader EM4L, fabricado pela italiana Italcarrelli e comercializado no Brasil pela Vetro Máquinas, é voltado para movimentação, carga e descarga de cavaletes ou colares. O equipamento é voltado para garantir agilidade na preparação dos cavaletes de entrega dos vidros fora do caminhão, permitindo transportar o cavalete já carregado para um pátio de manobras fora do galpão, e então carregá-lo diretamente no caminhão, sem a necessidade de docas. O produto também realiza a carga e descarga dos colares de vidro diretamente do caminhão, reduzindo consideravelmente o tempo de operação.

AGMAQ

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Pontes rolantes, carrinhos, cavaletes, pinças e balancins compõem o portfólio da Agmaq no ramo de manuseio e transporte do vidro. Usados dentro da fábrica em todas as movimentações de chapas ou peças cortadas de vidro, os carrinhos são especialmente equipados para esse tipo de processo, como rodízios revestidos de PU, área de contato revestida com borracha e grau de inclinação mínimo, para garantir segurança total durante a movimentação. Os cavaletes, por sua vez, são muito utilizados para movimentação de peças já processadas, e também devem receber acabamento especial, com áreas emborrachadas que previnam quebras durante o transporte rodoviário, por exemplo. Segundo o diretor da empresa, Gabriel Andrade, os mais utilizados hoje são os cavaletes do tipo carga pronta, que permitem realizar a montagem da carga sem que o caminhão esteja no local. “Por meio de ponte rolante, o cavalete é colocado na carroceria do caminhão com os vidros já acondicionados. Essa operação melhora consideravelmente o trabalho de expedição da fábrica”, ressalta.

BOTTERO

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A Bottero detém expertise em sistemas automáticos inteligentes de estocagem de vidros. A divisão de engenharia da empresa é responsável pelo desenvolvimento customizado das linhas de fl oat. Os equipamentos são projetados por uma equipe de engenheiros com diferentes especialidades, apoiada por softwares de alta tecnologia, e desenvolvidos de acordo com a demanda e configuração de cada fábrica.

O sistema Shuttle System de armazenamento visa sobretudo garantir a segurança dos funcionários e economia de espaço no estoque. Fabricado sob encomenda, o produto permite estocar chapas de vidro sem a necessidade de operadores por perto, uma vez que todo o percurso é feito sobre trilhos. É constituído por racks de armazenagem e por um sistema de transporte automatizado, responsável por carregar as chapas até a linha de corte.

A fabricante também oferece uma linha especial de classificadores, indicada para empresas com pouco espaço de estoque, O sistema é automático e conta com paliteiros que permitem armazenar até três vezes mais colares do que um sistema de estoque comum. Isso porque os paliteiros fi cam sempre unidos uns aos outros, podendo ser afastados por controle remoto apenas quando necessário.

INCOVISA

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A Incovisa trabalha com uma linha de carregadores que realizam o abastecimento automático das mesas de corte, evitando o manuseio direto das chapas pelos operadores. Além de proporcionar maior segurança, o sistema aumenta consideravelmente a produtividade, realizando o abastecimento da mesa de corte de modo automático por até quatro cavaletes – que podem ser carregados com os colares de vidro ao mesmo tempo em que o carregador abastece a mesa de corte, reduzindo os tempos de parada do equipamento. A empresa oferece duas variações do produto: o CVSE2840, para vidros tamanho standard; e o CVJE3966, que permite o carregamento de chapas jumbo, de até 3900 x 6.600 mm. Para evitar quedas, os braços inclináveis com ventosas apresentam o mesmo grau de inclinação dos colares.

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