Será nano ou não terá nada de nano?

Evento em São Paulo deu o primeiro passo para regulamentar a área de nanotecnologia no Brasil.

A nanotecnologia é o estudo de manipulação da matéria numa escala atômica e molecular. Geralmente lida com estruturas com medidas entre 1 a 100 nanômetros em ao menos uma dimensão, e inclui o desenvolvimento de materiais ou componentes. Está associada a diversas áreas de pesquisa e produção na escala nano (escala atômica). O princípio básico da nanotecnologia é a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos. É uma área promissora, mas que dá apenas seus primeiros passos.

Na área de vidros no Brasil temos visto uma série de novos produtos sendo apresentados como itens que utilizam a nanotecnologia em sua formulação. De produtos de limpeza e revestimento para vidros a óleos industriais, todos propagam a nanotecnologia utilizada como forma de divulgação. Entretanto, como saber se tais produtos são realmente nanotecnológicos?

Um largo passo no sentido de regularizar esse segmento foi dado em outubro com a realização, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, da Nano TradeShow. A exposição reuniu cerca de 70 empresas desenvolvedoras de nano para apresentar soluções inovadoras para os mais diversos mercados.

De acordo com os promotores do evento, a Nano TradeShow abrangeu um vasto leque de segmentos dentro da nanotecnologia e reuniu órgãos governamentais, universidades, institutos, entidades, empresas e laboratórios ligados desde as áreas da biotecnologia até a parte de nano-óptica, nanossensores, nanodispositivos, nanopartículas, dentre diversas outras. Paralelamente ao evento, aconteceram palestras para o esclarecimento de órgãos públicos, indústrias e consumidores.

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Vidro líquido

Segundo Paulo Loria, diretor da DPM Tecnologia, uma das expositoras do evento, o problema da falta de regras claras para o universo nano não é exclusividade do Brasil. No exterior também são encontrados produtos que fazem essa divulgação sem qualquer base de verdade. “Estive quatro ou cinco vezes na Alemanha e descobri que muitas empresas lá somente envazam, rotulam e vendem um produto sem acompanhar de perto se ele realmente utiliza a nanotecnologia”, explica.

A DPM comercializa no Brasil o “Vidro Líquido”, revestimento que impermeabiliza superfícies e que utiliza a areia como matéria-prima, assim como o vidro. A empresa atua ainda em outros segmentos além desse. Para Paulo, o evento em São Paulo representa a primeira ação para se evitar os que utilizam o marketing do nano, “mas que de nano não tem nada”. Paulo explica que a própria Anvisa não tem regulamentação quanto a isso, apesar de algumas empresas divulgarem que seus produtos matam bactérias sem realmente matarem.

Paulo diz que muita novidade virá por aí. Ele cita, como exemplo, uma tinta capaz de absorver energia solar em substituição aos painéis solares que utilizam vidro como base.

Para mais informações sobre o “vidro líquido”:
www.dpmtecnologia.com.br

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