Análises de desempenho: uma solução inteligente

Softwares geram informações usadas como parâmetros que influenciam o resultado de um projeto.

Imagine gerenciar todas as fases de um projeto de edifício, como análises estruturais e de desempenho, evitando desperdícios e otimizando o fluxo de trabalho. Isso é possível faz tempo – mais precisamente desde a década de 1970, graças ao BIM (Building Information Modeling), ou Modelagem de Informação da Construção. Passadas quatro décadas, o sistema ainda hoje é pouco aplicado em obras no País. Mas como ele funciona exatamente e o que o vidro tem a ver com isso.

Num primeiro momento, o BIM combinava a modelagem 3D a um arquivo de dados do programa. Atualmente, ele conta com softwares mais avançados, tendo como base uma representação 3D da geometria do projeto desde a fase inicial, com uso de elementos construtivos paramétricos que permitem o desenvolvimento dinâmico do projeto como um todo”, explica a arquiteta Vivian Brune, da Arqbox, estudante de mestrado sobre o tema, no Instituto Tecnológico de Illinois (ITT), nos Estados Unidos.

Resumidamente, a tecnologia funciona como uma base onde são disponibilizados softwares para análises de desempenho do projeto arquitetônico. Para edificações, por exemplo, pode indicar dados precisos sobre incidência solar, área de sombreamento e direcionamento do vento. No Brasil, algumas empresas da construção civil começaram a despertar o interesse por análises de desempenho pensando em obter, mais tarde, certificações de construção sustentável – como LEED, Caixa Azul ou Acqua.

A grande vantagem das análises de desempenho no que diz respeito ao vidro está na captação de iluminação natural para os ambientes internos, que pode resultar no maior conforto luminoso e no menor consumo de energia elétrica.

E se no passado havia preconceito com o vidro e seu baixo desempenho em relação à temperatura; hoje, qualquer vidraceiro sabe bem que a diversidade de aplicação de películas, interlayers e malhas no vidro transformou este material em uma opção adaptável para as mais variadas situações.

De qualquer forma, mesmo no uso do vidro convencional, as análises de desempenho conseguem avaliar com maior precisão áreas com grande incidência solar direta ou sombreamento durante o ano. A ferramenta funciona, assim, como um guia para o arquiteto na escolha dos materiais utilizados e posicionamento de aberturas, de forma a não criar áreas de ganho ou perda excessiva de calor.

“Nesses casos, podem ser simuladas diversas propostas, como a verificação de qual seria a diferença na qualidade interna de um espaço usando um vidro simples ou outras opções mais isolantes, como o vidro duplo, o vidro refletivo ou a aplicação de películas”, afirma Vivian.

Além disso, a arquiteta lembra que grandes áreas de vidro, quando projetadas com cuidado em relação ao ganho e perda térmicos, trazem outros benefícios para o espaço, como a introdução de iluminação natural e a conexão visual com o exterior. “A análise de desempenho se torna importante quando avaliamos qual a melhor situação entre os aspectos relacionados ao uso do vidro, como o desempenho térmico x iluminação, com o objetivo de aproveitar ao máximo os recursos naturais (luz e calor)”, orienta.

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Vidro a favor

Quando estudado o contexto e as necessidades do projeto, as características de nosso país tropical podem ajudar a definir o perfil da construção. Proteções solares podem ser usadas para sombrear as faces envidraçadas do prédio durante o verão; enquanto no inverno, a incidência solar passa a oferecer um ganho de calor desejado.

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Já o vidro fotoenergético pode se tornar mais popular à medida que análises de desempenho eficientes identifiquem, ainda na fase de projeto, o melhor direcionamento das faces de um prédio para a maior captação solar possível. Quanto mais eficiente for o vidro fotoenergético, mais economicamente viável ele passa a ser.

“Uma análise mais complexa pode, além de avaliar áreas preferenciais para aplicação do vidro fotoenergético, fazer estimativas da incidência solar ao decorrer do ano e identificar qual o potencial resultado em produção de energia”, finaliza.

 

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