VIDROS EM PAREDES

Conheça mais sobre essa possibilidade e as diversas vantagens oferecidas

Vidros coloridos e temperáveis Lacobel T, da AGC, disponíveis nas cores: preto, extrabranco, cinza, verde-petróleo, vermelho e moka

ENTRA ANO E SAI ANO, e a todo instante surgem novos materiais para competir no disputadíssimo mercado de revestimento de paredes. Tecido, resina, fórmica, fibra de bambu, fibra de coco e cimentos texturizados são novidades que tentam desbancar os tradicionais azulejos e porcelanatos. E entre esses ingressantes e tradicionais está o vidro, que pelas vantagens que oferece aos usuários poderia estar ocupando maior espaço nessas aplicações.

ACRESCENTANDO COR

Embora nada impeça que vidros transparentes ou opacos sejam utilizados no revestimento, a aplicação mais comum é a utilização de vidros coloridos. Eles são obtidos com a aplicação de tinta no vidro pelos processos denominados “a frio” ou “a quente”.

Vidros pintados a frio e a quente pela esmaltadora Multiglass, da Rollmac/Gemata

No processo a frio uma tinta especial é aplicada sobre o vidro. Depois ela passa por um processo de secagem, que pode ser de forma natural ou com a passagem do vidro em uma estufa ou estufa com radiação infravermelha.
Os vidros pintados a frio possuem boa resistência, mas que pode se desgastar com a abrasão. A resistência final do produto está ligada à qualidade da tinta e ao método de aplicação, que pode ser manual, feito com pistola de pintura automotiva – ou através de máquinas especiais de aplicação, que descrevemos com mais detalhes no final desta reportagem.
Já os “pintados a quente” se referem aos vidros que recebem esmalte cerâmico (tinta vitrificada) e em seguida são levados a um forno de têmpera para que a tinta possa se fundir de fato ao material. Tais vidros são denominados serigrafados e, além da resistência inquestionável da cor sob quaisquer situações de agressão, tal processo cria tensões internas no vidro, tornando-o um vidro temperado.
Além dos vidros pintados a frio e a quente, alguns revendedores ou transformadores oferecem o vidro denominado “esmaltado”, sendo que alguns denominam “esmaltado” os vidros pintados a frio, enquanto outros denominam “esmaltado” os vidros pintados a quente. É importante, devido a essa prática, informar-se sobre o processo na hora da compra.

PINTADOS DE FÁBRICA

Vidro DecoCristal, da Guardian

Os pintados a frio produzidos pelas fabricantes de float AGC do Brasil, Cebrace e Guardian são comercializados com a promessa de utilização de um processo produtivo moderno, limpo e eficiente. Afinal, são essas características exigidas de qualquer multinacional produtora de vidros planos, categoria nas quais as três se encaixam. Outra vantagem competitiva de tais vidros é a disponibilidade com alta produtividade, já que são fornecidos em grandes chapas, juntamente com o vidro comum, para serem cortados conforme a demanda.
As linhas de vidros coloridos comercializados pela AGC do Brasil são duas, denominadas Lacobel e Lacobel T. A linha Lacobel está disponível nas versões branco, extrabranco e preto. Segundo a coordenadora de marketing da empresa, Estefânia Oliveira, foi desenvolvida para ampliar ambientes, adicionando profundidade e criando perspectivas.

Vidro Coverglass, da Cebrace

Já a linha Lacobel T é única em todo o mundo. Tratam-se de vidros pintáveis temperáveis, que proporcionam, segundo os fabricantes, “perfeita uniformidade de cores e incomparável resistência mecânica após o processo de têmpera”. Tais vidros podem ser aplicados tanto em ambientes internos quanto externos, em áreas de umidade, móveis, revestimento de parede, fachadas, entre outros. Lacobel T está disponível em sete versões: preto, extrabranco, cinza, verde-petróleo, vermelho e moka (café com leite).
A linha de vidros pintados a frio da Cebrace é denominada Coverglass. Segundo o fabricante ela recebe, na linha de produção, uma pintura especial que lhe confere, além do acabamento colorido e de alto brilho, maior resistência. O produto está disponível em cinco cores: branca, extrabranca, vermelho-ópera, preto e preto-real, em espessuras que variam de 4 mm a 10 mm.

Vidro Coverglass, da Cebrace

Os vidros Coverglass podem ser usados como vidro monolítico ou laminados com resina e podem ser utilizados como revestimento ou até como portas, desde que respeitadas as condições estabelecidas na norma técnica brasileira específica para essa aplicação (NBR15198).
A linha de vidros pintados a frio da Guardian é denominada DecoCristal. Segundo o fabricante, trata-se de vidro laqueado, pintado em um dos lados com tinta orgânica opacificada e acabamento envernizado. Por ser brilhante e altamente refletivo, permite um toque especial em superfícies decorativas e pode ser cortado, lapidado, bisotado e perfurado. Resistente aos raios nocivos UV e fácil de limpar, está disponível em chapas com espessuras de 4 mm e 6 mm e dimensões de 2,20 m x 3,21 m (sob demanda, o vidro também está disponível na cor preta na dimensão jumbo, até 6 m x 3,21 m). O DecoCristal branco possui ainda outra característica importante, segundo a Guardian: sua base em vidro Ultraclear garante fielmente a tonalidade do produto, ao contrário dos vidros similares, que apresentam cor levemente esverdeada (mentolado). Além de item de decoração, pode ser usado como lousa para escritório.

Pintados nos fabricantes estão disponíveis na maioria dos distribuidores

ESPELHOS

No revestimento de paredes com vidros não podemos deixar de citar, logicamente, os espelhos. Uma tendência crescente é a utilização de espelhos coloridos, que são oferecidos pelos fabricantes nacionais nas versões bronze e cinza (fumê) e, pela Guardian, a versão colorida e acetinada (opacada com aplicação de ácido).

INSTALAÇÃO

O vidro oferece possibilidade de instalação rápida e limpa. Na verdade, existem diversas formas de aplicá-lo em paredes. A forma mais comum é com a utilização de selantes, fixa-espelhos ou silicones diretamente no substrato. A indicação do adesivo por empresa especializada deverá sempre estar relacionada ao tipo de projeto. Nesse caso, quando se deseja fixar vidros, existem duas situações: fixação simples em parede ou colagem em uma estrutura de alumínio (estrutural).
No caso de colagem estrutural, a norma NBR 15737 da ABNT e as internacionais indicam unicamente o silicone estrutural. Também recomenda-se que sejam feitos testes nos substratos a serem colados.

Colagem é definitiva e impede remoção posterior

Vidro Coverglass, da Cebrace

É preciso lembrar, entretanto, que uma vez colados nas paredes, os vidros só podem ser removidos após quebrados. Em ambientes sujeitos a alterações constantes na fiação interna ou encanamentos, como shoppings e escritórios, existe a opção de se fixar o vidro por encaixe por meio de suportes colados por detrás.
Essa técnica permite que o vidro encubra fi os, cabos ou encanamentos e que possa ser removido sem dificuldades. Um desses suportes está sendo desenvolvido pela empresa paulistana Glassvetro, e deverá ser apresentado ao mercado em breve.

 

Paredes devem estar “saudáveis” para receberem vidros pintados

Vidros Coverglass, da Cebrace

SUPERFÍCIES

Nem todas as superfícies podem receber o revestimento de vidros pelo processo de colagem direta. A parede deve estar “saudável” para isso. Paredes com tinta descascando, concreto com infiltração, pinturas antigas ou de má qualidade – e outras situações que prejudiquem a colagem – devem ser corrigidas antes de se tentar a instalação. Também deve-se cuidar da planicidade da superfície e evitar fixar os vidros sobre paredes não pintadas. Se as paredes estiverem pintadas com tinta látex ou acrílica, torna-se possível a instalação, mas existem outras recomendações importantes. “Deve-se fazer a limpeza absoluta da superfície do vidro com álcool isopropílico antes da colagem. Além disso, deve-se paginar os vidros com juntas entre 1,5 mm e 3 mm para rejuntamento posterior com silicone ou massa de rejunte comum.

VANTAGENS

Existem diversas vantagens em se utilizar vidros no revestimento de paredes. Entre elas, destacamos:

– facilidade de instalação;

– facilidade de limpeza;

– longa durabilidade;

– material ecológico e sustentável (100% reciclável);

– medidas variáveis que podem ser cortadas de acordo com o projeto;

– ótimo desempenho no isolamento acústico;

– ótimo desempenho no isolamento térmico;

– permitem retroiluminação ou iluminação nas bordas com fi tas de LEDs;

– podem ser instalados por suportes que permitem a retirada a qualquer momento;

– ótimo custo-benefício;

– podem ser instalados também em estrutura metálica;

– promovem maior luminosidade e sensação de amplitude dos ambientes;

– resistência a abrasão;

– resistência à formação de bolor ou fungos;

– resistência a umidade ou infi ltrações;

– resistência ao desbotamento pela ação do sol e da chuva;

– mantém-se como novo até seu descarte;

– variedade de cores e estilos.

 

Pintura pode ser feita na vidraçaria

Vidro Coverglass, da Cebrace

APLICAÇÃO DE TINTA

A aplicação de tinta no vidro com equipamento apropriado garante uma melhor qualidade do produto fi -nal. A esmaltadora a rolo Multiglass, da Rollmac/Gemata do Brasil, por exemplo, é capaz de atender tanto a vidraçarias que queiram ingressar nessa área pintando “a frio” os próprios vidros quanto a temperadores de vidros que queiram produzir vidros serigrafados.
No processo “a frio”, a esmaltadora aplica tinta orgânica no vidro de forma uniforme e a cura da tinta, e sua fixação no vidro é feita na estufa Glassdrier IR, da mesma fabricante, com secagem infravermelho.
Já no processo “a quente”, esses mesmos equipamentos são utilizados. No caso, a estufa é utilizada para retirar a umidade do esmalte cerâmico para, então, a peça poder ser enviada ao forno de têmpera.
Segundo Julio Bresolin, do setor comercial da Gemata do Brasil, a qualidade das tintas para vidros está melhorando cada vez mais. “Existem certas tintas a frio que já podem ser aplicadas em ambientes externos porém, não superam a qualidade da tinta a quente”, explica.

Vidros com estampa pintados pela esmaltadora Multiglass

Julio destaca que a esmaltadora Multiglass também é capaz de produzir vidros com desenhos (estampas): “Temos mais de 80 cilindros tipos de cilindros com desenhos diferentes: bolinhas, listras, xadrez, geométricos e outros que podem utilizar tanto tinta quente (cerâmica) ou tinta fria (orgânica)”, explica. Destaca também que o equipamento possui cilindros especiais que podem fazer a pintura translúcida – ou seja, que permite a visibilidade e pode ser utilizado para fazer a pintura com efeito acidato.
Julio menciona que, no caso de tinta a quente, existem no mercado mais de 200 opções de cores e, na tinta a frio, mais de 400 opções.
O investimento em uma linha de pintura com largura útil de 1.800 mm composta por Multiglass, Glassdrier, roletes intermediários e de saída é em torno de 600 mil reais. Tais equipamentos exigem uma área de trabalho de somente 13 metros de comprimento e 3 metros de largura.

Como a Gemata está instalada no Brasil, e mais de 70% dos componentes são nacionalizados, a empresa pode oferecer aos clientes a opção de Finame, Cartão BNDES e Proger.
Julio garante que, dependendo da quantidade mensal de horas trabalhadas, o retorno do investimento em tal equipamento pode se dar em até 24 meses. T&V

 

Esmaltadora Multiglass ocupa pouco espaço e é capaz de pintar estampas ou reproduzir o efeito acidatado no vidro.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp