A construção de 40 novos shopping centers no País é prova de que o mercado do vidro tem muito o que produzir nos próximos meses.
À revelia da crise econômica que acomete o País, a construção civil não para. Somente agora investimentos planejados e iniciados há dois ou três anos estão se consolidando. De acordo com a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), está programado o lançamento de 40 novos shoppings. Destes, 24 serão inaugurados até o fim do ano, o que irá totalizar 546 centros comerciais deste segmento em todo o Brasil. Onde tem shopping, tem vidro – de todo o tipo, inclusive.
“Em estabelecimentos comerciais, o vidro está presente não apenas nas vitrines e balcões; ele também tem um papel de acabamento e revestimento que consegue alcançar os melhores resultados estéticos. Por isso, é considerado um material nobre devido à grande flexibilidade de cores e texturas por meio de serigrafia ou películas”, fala Marco Grenier, arquiteto e sócio proprietário da MB3 Engenharia.
Pontos comerciais que precisam seguir regras rígidas de padronização de uma marca, como é o caso das franquias que demandam atenção especial à cor símbolo da rede, podem apostar no uso do vidro como material base para a divulgação de seu nome. Afinal, o vidro não sofre desgaste com o tempo, não apresenta alterações de cor e possui total resistência à abrasão.
De acordo com Marco, os clientes de alto padrão consideram o vidro um elemento de destaque em suas obras. “Percebemos, claramente, que esse público conhece bem os benefícios do uso do vidro; não somente no que diz respeito à estética que alcança um acabamento mais nobre e elegante, mas também no que se refere ao custo-benefício a longo prazo”, fala.
A nobreza do vidro pode ser associada à marca comercial, como foi o caso da Joalheria Vivara, no shopping Iguatemi de Alphaville (destinado a um público classe A), que optou por uma fachada totalmente revestida com espelho bronze acidado – especialmente especificada para este projeto.
Já em lojas de rua, especialmente em grandes capitais, fachadas em vidro têm uma grande vantagem se comparada com outro material: a manutenção contra a pichação. A limpeza da superfície em vidro é muito mais fácil do que em paredes de concreto ou pedra.
Como revestimento, o vidro consegue fazer a diferença além das fachadas. Um exemplo é a loja Jorge Bischoff, que possui todo o seu mobiliário revestido em vidro.
Negócios
Se, em geral, clientes de alto padrão, como donos de franquias, entendem as vantagens do vidro, existem outros que para economizar os gastos com a obra acabam por escolher materiais mais baratos. Para o revestimento, a substituição do vidro por uma matéria-prima mais barata pode reduzir o custo em cerca de 40%. “Contudo, vai perder muito esteticamente no resultado final e na percepção da marca pelos clientes; uma perda que não é possível calcular para comparação, mas é um tipo de empobrecimento do maior bem de um negócio: a sua imagem”, esclarece o arquiteto da MB3, construtora especializada em obras corporativas.
Por isso, o recomendado é que mesmo antes de montar o projeto, o cliente “abra”o seu orçamento para o arquiteto. Assim, o profissional irá especificar tanto vidros de alto desempenho térmico e acústico quanto outros materiais dentro de um limite financeiro preestabelecido.
Isso evita futuras dores de cabeça, como reduzir gastos depois do projeto pronto, correndo-se o risco de substituir materiais que não alcançam o resultado esperado. Este item é ainda mais importante quando se pensa na segurança dos usuários do estabelecimento.