Vidros estão muito mais resistentes, maiores e moldáveis graças à utilização de modernas técnicas de produção e sofisticados equipamentos
Os limites do vidro foram ampliados. E esse fato ficou evidente durante o 25º aniversário da Glasstec, a maior feira mundial do vidro, que ocorreu de 23 a 26 de outubro em Düsseldorf, Alemanha. A edição deste ano da feira foi um grande sucesso, com mais de 42 mil visitantes de mais de 120 países. Foram 1.280 expositores de 50 países mostrando seus lançamentos e novidades em nove pavilhões.
Os destaques foram a utilização de tecnologia em lâminas de vidro, com soluções que alteram a cor do material eletronicamente, ou projetam imagens, ou ainda interagem com o usuário. O vidro foi aplicado, na mostra, em fachadas inteligentes, espelhos interativos e até mesmo utilizado como computadores pessoais, com teclado touch e tela que permite a visão dos dois lados.
Foi largamente ampliada também a possibilidade de utilização do material na Construção Civil. Tratamentos especiais ou técnicas de transformação ampliaram a resistência do material e reduziram as suas limitações nos aspectos de moldagem e tamanhos.
Esse rompimento de limites foi demonstrado de várias maneiras na exposição deste ano. Talvez um dos fatos mais impressionantes foi ver um automóvel pendurado por duas chapas de vidro com 8 mm de espessura cada uma. Ou ainda verificar a montagem de uma gangorra gigantesca de vidro, que não arcava-se com os pesos das pontas.
Em outro estande, enormes chapas de vidro foram curvadas e moldadas artisticamente como se fossem material plástico para formarem fachadas ajustáveis às necessidade de uma fachada futurista.
Ou ainda em outro local, foi feita a instalação, pela Saint-Gobain em parceria com a Eastmann, da maior chapa de vidros laminados do mundo, com 18 metros de comprimento e 2,22 m de altura. Ou ainda a instalação de um “túnel” formado por duas únicas peças de vidros curvos.
Sobre este último produto, o painel de vidro era tão grande que a montagem de um caminhão especial da Saint-Gobain foi necessária para o transporte do leste da Alemanha e a instalação no pavilhão de Düsseldorf. Com a ajuda de dois guindastes e várias ventosas, o painel de grandes dimensões foi fixado no lugar com buchas. O vidro, juntamente com sua base de aço, pesa quase quatro toneladas. Devido à sua popularidade, a Eastman planeja instalar o vidro em sua fábrica, na Bélgica, antes do final do ano. Ele será colocado ao lado do Laboratório de atendimento ao cliente, facilmente acessível para visitação. “Esperamos que esta instalação tenha inspirado nossos visitantes”, afirma Kevin Moens, diretor comercial global de arquitetura e interlayers avançados da Eastman. “Como esse tipo de vidro permite obter-se uma estética aberta e arejada e uma transição suave entre os espaços internos e externos, os arquitetos da exposição imaginaram todo tipo de possibilidades em design.”
O enorme painel laminado da Eastman é composto por duas chapas de vidro de 12 mm e pode ser usado em edifícios comerciais e de escritórios, museus, salas de exposição e centros de conferências, hotéis, restaurantes e edifícios residenciais.
Com um formato tão grande, pode haver eficiências de tempo e custo com a produção e montagem de um painel superdimensionado versus vários painéis menores. Arquitetos e designers têm flexibilidade de design ilimitada, especialmente quando combinados com PVBs coloridos.
SEMINÁRIOS
Paralelamente à realização da feira, foram realizados seminários técnicos, que contaram com a participação de centenas de profissionais especializados.
Este ano, as palestras foram divididas em três áreas de interesse. A primeira área tratava sobre a utilização do vidro na arquitetura, abordando principalmente as novas possibilidades do material. A segunda área era referente às técnicas de produção e equipamentos de quarta geração capazes de moldar e reforçar o potencial do vidro. E, finalmente, a terceira área de interesse era sobre as técnicas para construção de fachadas de modo a se obter maior eficiência energética, incluindo fachadas fotovoltaicas, fachadas ecológicas e outros recursos. T&V