Jim Collins é um estudioso das empresas que atingiram a excelência; e seu livro, título deste artigo, revela aspectos intrigantes e coloca luz sobre alguns aspectos da administração que nos obrigam a rever paradigmas, pois contrariam violentamente a visão empresarial moderna.
Collins afirma que a grande maioria das empresas jamais se torna excelente, só porque já é bastante boa. O eixo central do texto ressalta a ideia de que líderes em busca da excelência devem primeiro colocar as pessoas certas no barco, pois pessoas certas se automotivam pelo impulso interior de produzir os melhores resultados e ser parte da criação de algo grande.
O livro foi escrito com base em pesquisas realizadas durante anos junto a empresas renomadas nos EUA e citadas na lista das 500 maiores da revista Fortune. O autor concluiu que os principais atributos das empresas excelentes, invariavelmente são:
- Contam com líderes de nível 5 – discretos e com grande força de vontade –, que antes de elaborarem uma estratégia escolhem primeiro os integrantes de sua equipe de trabalho;
- Mesmo sob situações adversas, destacam-se por uma fé inabalável para seguir em frente;
- Conseguem identificar uma ideia de negócio simples, que responde a três perguntas fundamentais: “Em que área podem ser os melhores? Qual é a maneira mais eficaz de gerar fluxos de caixa positivos e rentabilidade contínua? Quais são as atividades que despertam paixão nos colaboradores da empresa?”;
- Têm uma cultura de disciplina;
- Utilizam tecnologias cuidadosamente selecionadas para melhorar processos ao invés de basear-se em avanços tecnológicos para promover mudanças na empresa;
- Conseguem o chamado efeito acelerador; ou seja, a transformação de boa em excelente é um processo que se inicia com um período de acúmulo de decisões acertadas, desde a etapa de construção, até produzir um ponto de inflexão que leva a empresa a decolar. Este processo envolve pessoas, pensamentos e ações disciplinados.
Segundo o autor, sob as condições certas os problemas de comprometimento, alinhamento, motivação e mudança (de colaboradores) em grande parte se diluem. Quando temos pessoas disciplinadas, a hierarquia é dispensável. O pensamento disciplinado dispensa a burocracia, enquanto ações disciplinadas dispensam controles excessivos. Então, quando combinamos uma cultura de disciplina a uma ética empreendedora, alcançamos a alquimia de desempenho extraordinário.
Mais uma pérola de valor inestimável desta leitura é o conceito de que quando temos as pessoas certas, elas se automotivam. A chave é não DESmotivá-las – coisa que apenas líderes preparados conseguem fazer.
Jô Campanharo
Bacharelanda de Filosofia, especialização internacional em Marketing de Relacionamento e Varejo, e profissional de treinamento e desenvolvimento humano com mais de 30 anos de experiência.
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