Vidros para esconder

O que podemos refletir quando associamos as palavras vidros e privacidade?

DSC01131A primeira associação que se faz com o vidro é com a transparência. Com o ver e permitir ser visto. Mas não é sempre que isso ocorre. O material não se limita a expor simplesmente. Em muitas situações, a privacidade é fundamental, porém, mesmo nessas situações, continua uma excelente opção.

O vidro possui brilho, protege do vento e das ações do tempo com requinte. Já foi considerado uma jóia e, num passado nem tão remoto assim, já foi artigo consumido somente pela classe dominante. Por sua beleza natural é usada em revestimentos de paredes e divisórias, tema de reportagem da edição anterior (número 68).

Com exclusividade entre os materiais o vidro permite ver e não ser visto. Função dos refletivos que até hoje, décadas após sua invenção, continuam impressionando positivamente. Aliado a essa propriedade, está a proteção contra o calor provocado pelos raios solares.

Mas os refletivos possuem sua limitação. À noite a reflexão se altera. Com a maior incidência de luz pelo lado de dentro dos ambientes, a visão é bloqueada para os que estão dentro e fica à mostra para quem está do lado de fora. A solução é apelar para o complemento de persianas, rolôs ou cortinas. (Veja reportagem nesta edição).

Ainda se enquadram na faixa de vidros que fornecem privacidade parcial os serigrafados, os coloridos na massa e os translúcidos. Essa translucidez é obtida através de ataque à superfície dos vidros, com jato de areia ou ácido fluorídrico; com a impressão de esmalte cerâmico fosco; com a utilização de impressão no processo de produção, como é o caso dos vidros impressos; ou ainda com a aplicação de películas foscas, seja pela laminação, seja pela aplicação de insulfilm.

A utilização de vidros que fornecem privacidade parcial podem valorizar um projeto. A utilização do vidro adequado pode brincar com os sentidos e a sensação de bem estar dos usuários, principalmente quando o projeto prevê a dosagem correta de luz e sombreamento.

Alguns projetos preveem a utilização de vidros que permitem visão parcial como forma de valorizar as silhuetas, despertando a curiosidade natural do ser humano. Como se constata com a utilização dos vidros impressos, jateados e acidados Os serigrafados possuem estampas ou desenhos impressos com esmalte cerâmicos em sua superfície. Tal solução impede a visão total e promovem um efeito decorativo na fachada ou divisória interna, principalmente se dotados de cores.

E falando em cores, elas próprias, quando aplicadas na massa do vidro, ou através de laminação colorida, podem também esconder parcialmente. Os negros, também chamados fumês e os verdes, são utilizados para proteger a visão nos óculos escuros ao mesmo tempo em que escondem a direção do olhar. O mesmo princípio serve para os ambientes. No caso dos verdes, inclusive, existe a atenuação do calor. É o caso do Emerald, vidro verde intenso da Cebrace que permite um controle térmico sem o uso de camadas refletivas.

A propriedade intermediária de permitir e, ao mesmo tempo, não permitir a visão é o grande atrativo do vidro, mas também não é nesse ponto que ele encontra sua limitação.

img 6969Privacidade total

O vidro pode promover a privacidade total de um ambiente. Bloquear totalmente a passagem de luz e os olhares indiscretos. Para isso precisa somente de uma camada de tinta, de uma camada de esmalte cerâmico, de uma película plástica ou de um engenhoso e complexo sistema.

Os serigrafados com impressão total cumprem ao propósito de promover total privacidade. Assim como os esmaltados, alguns laminados e os pintados a frio.

Serigrafados e esmaltados se assemelham por receberem esmalte cerâmico e passarem por um forno de têmpera para que este fique impregnado ao vidro. A diferença está no processo como isso é feito. No sistema serigráfico, como o nome já diz, o esmalte é aplicado através de uma tela serigráfica. Já nos esmaltados a aplicação é feita através de rolos, em equipamento apropriado.

No sistema de pintura a frio, uma tinta especial é aplicada ao vidro e a peça é deixada para secar. A resistência por esse processo é prejudicada, mas atende a várias situações.

Na laminação, essa propriedade de bloquear a visão e a luz é obtida através da aplicação de uma camada plástica colorida ou totalmente branca.

Mesmo perdendo sua luminosidade por transmissão, os vidros possuem luminosidade por reflexão. Sendo assim, quando coloridos continuam refletindo a luz ambiente. Inclui-se aqui os espelhos que, mesmo barrando a visão, promovem bem estar e sensação de amplitude aos ambientes.

Total quando se quer

Com uma mãozinha da alta tecnologia os vidros estão se tornando ainda mais versáteis. Os vidros duplos dotados de persiana interna entre os vidros são um claro exemplo dessa evolução.
Com eles se obtém privacidade somente quando ela é desejada. Além da privacidade é possível controlar a luminosidade e a incidência de calor no ambiente interno. Uma recente evolução desse sistema incorporou também um rolô blackout associado às persianas internas, ampliando as possibilidades desse sistema.

Agora os vidros com persianas internas podem também ser motorizados e automatizados para se auto regularem conforme o horário e estação do ano, dosando a quantidade de luz e calor que irá entrar no ambiente via computador.

Isso sem falar nos vidros que podem ser opacados eletronicamente com um toque no botão, produto que já foi abordado em várias reportagens desta revista.
Enfim, por participar de todos os níveis exigidos pelo ser humano para sua privacidade, o vidro é um material que pode ser associado muito bem a esse tema.

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