Colhemos informações por meio de uma cotação enviada a 79 distribuidores, acompanhe o resultado!
Existem diversos tipos de vidros capazes de manter a privacidade nos ambientes internos, bloqueando a visão de quem olha da rua e também a iluminação direta proveniente do Sol. Alguns barram totalmente a luz; outros a barram parcialmente, deixando entrar no ambiente uma luz difusa, considerada agradável por muitos usuários e recomendada por especialistas para os ambientes de trabalho. São produzidos ainda os diversos tipos de vidros refletivos, que bloqueiam a visão de quem olha da rua durante o dia, porém, à noite, esse efeito se reverte e a visão é bloqueada de dentro para fora. Também há aqueles que oferecem privacidade parcial. É o caso dos serigrafados com estampas, que bloqueiam parte da visão, tanto para quem está dentro quanto para quem está fora.
As informações acima são básicas e qualquer funcionário de distribuidora ou transformadora de vidros deveria ter consciência delas para fazer um bom atendimento. Porém, ao fazermos uma cotação em nome da Prisma Tag, empresa de comunicação que presta serviços para a Redação Final (editora da revista Tecnologia & Vidro), fomos surpreendidos com o despreparo de vários vendedores de distribuidoras.
COTAÇÃO
Enviamos, via e-mail, uma cotação solicitando dicas para a aplicação em uma porta de vidro. A pseudocliente pedia para que os vendedores indicassem um vidro que pudesse ser aplicado em portas e que deixasse passar a luz, mas que, ao mesmo tempo, garantisse a privacidade interna. Para complicar um pouco, antes de pedir tal dica, solicitamos cotação para duas chapas de vidros aramados, com as medidas de 2.000 mm por 1.100 mm (espessura 7 mm) sem qualquer beneficiamento, que seriam retiradas no local.
SEM RESPOSTAS
Dos 79 e-mails enviados, somente 29 empresas retornaram (36,7%; ou pouco mais de um terço). Mas o mais impressionante é que, das que responderam, sete empresas responderam apenas à primeira questão, esquecendo-se de responder à segunda. Três empresas responderam à pseudocliente informando que não fornecem preços ou fazem cotação diretamente a clientes finais, por trabalharem somente com vidraçarias ou construtoras.
RESPOSTAS ABSOLUTAMENTE ERRADAS
Duas respostas destacaram-se pelo altíssimo nível de desinformação. Uma distribuidora paulistana enviou uma resposta, assinada pela gerente comercial da empresa, informando que “o vidro aramado não estava mais sendo fabricado”.
Outra resposta que impressionou pela falta de conhecimento do vendedor foi a de que “não existe vidro que dá privacidade e que deixe passar a luz”
RESPOSTAS IMPRECISAS
O nível de imprecisão das respostas foi elevado. Duas empresas indicaram os vidros refletivos como solução para manter a privacidade ao mesmo tempo que deixam passar a luz, mas não mencionaram que, para portas, o vidro deveria ser temperado nem o fato de que, à noite, existe o efeito reverso, com a visibilidade ficando para o lado de fora. Somente uma única empresa indicou os refletivos destacando esse inconveniente importante para a pseudocliente.
De todos os orçamentos e sugestões recebidas, somente duas empresas destacaram para a cliente que, para portas, o vidro teria de ser temperado. E somente duas empresas indicaram o vidro serigrafado, mas sem explicar se estavam falando de serigrafado no formato de estampas ou com a impressão com esmalte cerâmico especial — que deixa passar parcialmente a luz —, simulando o jateamento. Uma empresa indicou o vidro pintado de branco e outra o vidro jateado, porém sem informar sobre a necessidade de se temperar o vidro para a utilização na porta.
Por fim, uma das distribuidoras forneceu todas as informações corretas. Só que, na hora de enviar o orçamento, fez a cotação de somente uma peça de vidro aramado, quando o correto seria fazer a cotação de duas.
“VIDRO IMPRESSO” O MAIS INDICADO
O vidro impresso foi indicado por quatro fornecedores. Os padrões apresentados foram Pontilhado, Satinovo e Antílope. Interessante notar que o vidro foi identificado como “vidro impresso”, nenhum dos fornecedores citou “vidro texturizado”, como pretende a fabricante única do produto no Brasil, a Saint-Gobain Glass.
Além dessas, houveram as seguintes indicações exatas e avulsas:
• Vidro serigrafado tipo jato.
• Vidro acidato translúcido.
SOBRE O VIDRO ARAMADO
Apesar de não ser o foco desta reportagem, e da pergunta ter sido feita somente para testar melhor o nível de atenção dos vendedores, foi interessante notar que de todas as 29 empresas que responderam à cotação, somente quatro delas trabalhavam com esse produto.
Também foi interessante observar que os valores fornecidos para as duas peças de vidro aramado (7 mm de espessura), no total de 4,40 metros quadrados variaram bastante: de R$ 500 a R$ 1.500. Em nossa próxima edição, pretendemos descobrir porque esse vidro — o único que pode substituir o vidro laminado em coberturas — é tão impopular entre os distribuidores.
NÍVEL DE ATENDIMENTO
Por essa simples simulação é possível perceber que o nível de atendimento prestado pelas distribuidoras ainda deixa a desejar, principalmente por falta de preparo dos vendedores. Descaso, desatenção e desinformação confundem os clientes e não divulgam positivamente a variedade e as possibilidades que existem com o vidro. T&V