O setor vidreiro deve levar a sério as previsões do Cbic?

O setor vidreiro deve levar a sério as previsões do Cbic?

Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), a indústria da construção civil, que inclui a maior parte das vendas do setor de vidros planos nacional, deve desacelerar em 2022 para um crescimento de 2% depois de expansão projetada de 7,6% neste ano. Essa previsão do Cbic serviu como um “balde de água” em alguns empresários vidreiros. Porém, é preciso analisar tais informações com cautela.

O primeiro ponto a ser analisado nessa previsão do Cbic é que o vidro geralmente é um dos últimos itens a entrar na obra. Devido a isso, boa parte das obras iniciadas em 2021 deverão ser concluídas agora, em 2022. Portanto, o crescimento de quase 8% no consumo de itens poderá continuar beneficiando nosso setor ainda neste primeiro semestre.

O segundo ponto a ser analisado seria a confiabilidade na previsão do CBIC. Basta voltarmos para as informações que ainda se encontram publicadas na Internet para descobrir que, em julho de 2021, a diretoria do CBIC divulgava na imprensa a segunte frase “a previsão de crescimento realista, porém, com uma dose de otimismo para o setor da Construção Civil para 2022 seria de 4%”. Em outubro aumentaram essa previsão para 5% e em nenhum momento previram os 7,6%.

Importante frisar que, sempre que divulgam alguma previsão a diretoria do CBIC frisa que o crescimento poderia ser menor “se”… e apontam alguma reivindicação do setor, tais como juros menores, incentivos governamentais e outros. Portanto, podemos imaginar que essa previsão de crescimento para a Construção Civil, e para o ramo vidreiro, poderá ser maior para este 2022.

Por outro lado, os argumentos utilizados pela entidade para essa redução no crescimento também não podem ser ignoradas. A câmara afirma que o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) de materiais e equipamentos teve elevação de 42,25% durante o período da pandemia que ainda não foi repassado aos novos empreendimentos. 

Também destaca: “No próximo ano o crescimento será sustentado pelo que já está contratado e, especialmente, pelo incremento de investimento em infraestrutura”. A previsão é baseada em uma projeção de crescimento do PIB de 0,5% a 1% e de Selic a 11,5% ao final de 2022.

“Para a Cbic, não será possível manter o atual nível de desempenho do setor se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda”, acrescentou a entidade.

Segundo a Cbic, o crédito imobiliário com FGTS teve queda em 2021, tanto em valor financiado, com baixa de 14,1%, quanto no número de unidades financiadas, que caiu 17,05%.

“Esses índices demonstram o impacto das famílias de mais baixa renda, onde está concentrado 90% do déficit”, da habitação, afirmou a entidade.

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