Entrevistamos Valdir Rodrigues de Araujo, sócio e fundador da Alumídia Engenharia e Projetos sobre o Fachada Show 2023 e diversos outros assuntos. Acompanhe!
Valdir Rodrigues de Araujo é um personagem atuante e bastante conhecido no ramo de esquadrias. Possui um canal no Youtube com quase 9 mil inscritos e 70 vídeos, alguns gravados há mais de 10 anos. Além disso, coordena vários grupos de serralheiros de alumíno e facadistas e desenvolve vários projetos, sendo o mais evidente em 2023 a realização da maratona de palestras Fachada Show, em outubro. A reportagem da Revista Tecnologia & Vidro aproveitou essa oportunidade de falar sobre o evento para direcionar a questão da montagem de fachadas, de forma a tornar esse assunto mais digerível para os proprietários de vidraçarias. Acompanhe!
Revista Tecnologia & Vidro (T&V) – A Alumídia irá realizar o encontro Fachada Show, no próximo dia 26 de outubro, em São Paulo, e está convocando também os vidraceiros, instaladores e donos de vidraçarias. Por que esse encontro será importante para eles?
– Por vários motivos, primeiramente porque o ingresso de vidraçarias no setor de esquadrias já está acontecendo há mais de uma década. O inverso também é realidade, com serralheiros de alumínio ou facadistas ampliando sua área de atuação para a de vidros.
T&V – Nesse contexto, qual a importância do Fachada Show 2023?
– Nessa tarde de imersão em palestras, cinco especialistas, entre as melhores e mais conceituadas empresas do setor de fornecimento de insumos e tecnologia para fachadas, irão ministrar palestras e expor protótipos e amostras, sobre Tecnologia de Fachadas de Alta Performance, com o objetivo de desenvolver o tema Como Ganhar Dinheiro com Fachadas.
T&V – Talvez o vidraceiro tradicional não entenda muito bem essa questão de trabalhar com fachadas de alta performance para ganhar dinheiro. Para eles, não seria melhor começar com uma linha tradicional, tais como a Suprema e a Gold?
– Suprema saiu do mercado há 16 anos. O que usam são cópias não autorizadas e obsoletas. A Gold ainda existe, mas já é um produto também ultrapassado. E, para trabalhar com fachadas não precisa começar fabricando portas e janelas, porque uma atividade não tem nada a ver com a outra. Eu costumo dizer que não existe marketing eficiente a ponto de justificar um mal produto. Por outro lado, um bom produto, que atenda às severas exigências desse mercado e agrade aos usuários, tem maior chance de sucesso.
T&V – E quais seriam os produtos que os vidraceiros que pretendem ingressar na área de esquadrias deveriam procurar?
– A Alumídia trabalha com Fachadas Structural Glazing, sistemas Stick, Fachadas Unitizadas e Grid, estilo Entre-Vãos e Cortina, nas várias versões existentes no mercado. Além disso, desenvolveu uma linha própria, denominada VIP 70.
Vip 70 é uma fachada stick, muito econômica e que é um produto genuíno da Alumídia, em parceria com a Tex Alumínio. Trata-se de um produto comercializado no regime de credenciamento. E a comercialização dos perfis da VIP 70 é uma exclusividade de nossos concessionários, que são os distribuidores e já estão instalando por todo o Brasil.
T&V – Qual a importância de contratar um consultor em esquadrias? Seria uma opção mesmo para fachadas pequenas, de até cinco pavimentos?
– O serviço de Consultoria, depende do momento da obra. Se ainda na fase do projeto da arquitetura (antes da obra começar), se já na fase de andamento da obra, ou se durante o processo de definição das esquadrias, etc. A Consultoria ajuda a tornar a especificação mais racional, segura, econômica e agiliza todo o processo. Evita desperdícios e assegura a desempenho das atividades.
T&V – Um único consultor resolve a questão de uma fachada? Ou é preciso contratar vários consultores, incluindo consultor estrutural, consultor de silicones, consultor de vidros e outros?
– Independe. Você pode ter consultores ou uma Empresa de Engenharia (que é o caso da ALUMIDIA) que faz a interface com vários especialistas, cada um em sua especialidade. E cada um no seu momento.
T&V – Em quais áreas você e a Alumídia atuam?
– Atuamos na engenharia e desenvolvimento de sistemas, em sistemas construtivos, fachadas pele de vidro e glazing, além de desenvolver projetos para controle e solução de patologias em fachadas. Temos grande experiência nessas áreas, com vasto portfólio de obras realizadas.
Também trabalhamos com design e desenvolvimento de produtos, usando a tecnologia de perfis de alumínio. Faço consultoria técnica e comercial, inclusive de lançamento ou reposicionamento de produtos no mercado e, especialmente para divulgação de toda essa expertise da Alumídia, ministro e organizo palestras, cursos e treinamentos.
T&V – Voltando à questão anterior, uma vidraçaria pode começar aos poucos e ir aumentando?
– Sim, desde que comece com o necessário. Em meu canal no Youtube dou algumas dicas quanto a isso. E também podemos assessorar empresas iniciantes pela Alumídia.
T&V – É possível ser dono do projeto de fachadas, porém, formar parcerias para evitar o risco técnico e financeiro?
– Essa é uma forma de contragestão. Quanto uma pessoa não tem capacidade técnica suficiente, ou equipamento, ou recursos, e quer fazer uma obra. É o modelo de alto risco. Não recomendo!
T&V – Como precificar esquadrias e vidros? É errado cobrar por metro quadrado? Ou por peso do alumínio?
– Independe. Qualquer metodologia vai requerer que você saiba, também, como fazer medição e como colocar no contrato um modelo de reajuste. É importante estar atento ao mercado. Quem define o preço é o mercado. Quem define o que é qualidade é o cliente. Você precisa conhecer o mercado em que está inserido, conhecer as expectativas do seu cliente e saber comprar. Isto é mais difícil do saber vender. Precisa conhecer os custos, dominar tributos (impostos) e controlar o tempo e duração de cada negócio.
T&V – Tivemos, em um passado recente, uma empresa originária do vidro que procurou facilitar o acesso das vidraçarias à montagem de pequenas fachadas. E uma das propostas era pular etapas, como, por exemplo, evitar o processo de análise do silicone de acordo com o tipo de alumínio. Isso é válido?
– Pular etapas é um nome controverso. Pular para deixar de fazer o óbvio e necessário é um erro grave. Pular etapas em linguagem popular é antecipar etapas. Não é só com componentes. É com a gestão da empresa e das obras em geral.
T&V – Como vender, como oferecer e como divulgar esquadrias e vidros no mercado?
-Esses são temas bem extensos, porém, tenho vários vídeos em meu canal explicando cada um desses assuntos.
