Importação de vidros

Comportamento do mercado importador deve se alterar com alta do dólar e processos de dumping

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Duas ações relacionadas à importação de vidros planos foram noticiadas no mês de agosto pela Grande Imprensa: o fim da tarifa elevada de importação para proteger o mercado nacional e o início de investigação para averiguar a existência de dumping contra o mercado brasileiro.

Tarifas

O Governo decidiu não renovar a elevação das tarifas de importação para alguns insumos industriais. A alta que incidia sobre 100 produtos, entre eles o vidro plano, entrou em vigor em outubro do ano passado para proteger a indústria nacional dos produtos importados mais baratos. Isso signifi ca uma queda, em média, de 15 pontos percentuais nas alíquotas.

A redução na tarifa não deve prejudicar o mercado nacional devido ao aumento no valor do dólar em relação à moeda nacional. “A nossa realidade cambial mudou. Hoje nós temos um real mais desvalorizado e, dessa maneira, não faz sentido manter essa elevação de tarifas de importação”, declarou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. As novas alíquotas passam a valer no próximo mês (outubro).

Dumping

Existe suspeita de que houve intenção de prejudicar a rentabilidade das empresas instaladas no Brasil para a conquista de mercados. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior iniciou uma investigação para averiguar a existência de dumping nas exportações da República Popular da China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos da América e México, para o Brasil.

É chamada de dumping a prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país (preço que geralmente se considera menor do que se cobra pelo produto dentro do país exportador). Trata-se de uma prática temporária com o objetivo de prejudicar e eliminar os fabricantes de produtos similares concorrentes no local, passando a dominar tal mercado.

A petição para início das investigações foi encaminhada pela Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro) em janeiro deste ano, em nome das fabricantes de vidro float Guardian e Cebrace. Será analisada, entretanto, a existência dessa prática desde outubro de 2011.

Acompanhe, na tabela, quanto cada país cobra pela tonelada do vidro exportado para o Brasil e qual é o preço que normalmente praticado em seu próprio país.

Metro quadrado

Somente para facilitarmos a compreensão de tais preços, a Revista Tecnologia & Vidro considerou a hipótese de todos os vidros exportados terem a espessura de 10 mm. Sabendo-se que uma tonelada nessa espessura é equivalente a 40 metros², dividindo-se por 40 teríamos os seguintes valores cobrados por metro quadrado.

O processo atualmente está aguardando a defesa dos países acusados dessa prática desleal, que, ser for comprovada, acarretará em punições às empresas exportadoras.

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