Produto pode recuperar espaço perdido para similares com nova tecnologia de revestimento.
Quem já utilizou vidro jateado em boxes, portas, divisórias, janelas ou tampos, já conhece sua deficiência.
Em pouco tempo, o produto acumula marcas de impressões digitais, marcas de fuligem e de produtos gordurosos em geral. Lavá-lo com detergente não adianta, pois tais marcas ficam aprisionadas nas microrreentrâncias da superfície áspera do produto.
Tal deficiência abriu espaço para o surgimento de produtos concorrentes que simulam sua cor e textura difusa que deixa passar luz, mas impede a visão. É o caso do acidado (ou acidatado), do serigrafado e do laminado. Até mesmo adesivos plásticos imitando jateamento são utilizados. Para desalento dos estimados mais de mil vidraceiros que possuem equipamento de jateamento no Brasil.
Recentemente, entretanto, a Abrasipa passou a importar o produto norte-americano de revestimento de superfícies Enduro Shied que promete apontar novos rumos para os jateados. Trata-se, na verdade, de um sistema de proteção que se utiliza dos recursos da nanotecnologia para obter o resultado ideal. A reportagem da revista Tecnologia & Vidro foi conferir como ele pode ser associado ao vidro jateado e qual sua eficácia.
Mil jateadores
A reportagem passou pela unidade produtiva da Brasibrás para produzir duas peças iguais de vidro jateado para realizar um teste com o Enduro Shield. De passagem, constatou que a empresa mantém ritmo intenso de produção de jateadoras. Os novos modelos utilizam filtro de ar ao invés de sacos de pó, e jatearam as peças solicitadas em poucos minutos.
A Brasibrás trabalha também com novos modelos. Um deles, bastante compacto e arredondado, possui baixo custo e pode ser utilizado para jatear peças pequenas de vidro como bandejas, peças pequenas de vidraças e troféus.
Segundo o diretor da empresa, Gideon Neris Bonfim, a Brasibrás é líder na produção de jateadoras e já lançou no mercado mais de 500 jateadoras de diferentes portes e modelos. A estimativa é que no mercado brasileiro existam mais de mil.
Teste
De posse de duas peças de vidros semelhantes, de mesma espessura e jateados pelo mesmo equipamento de jateamento, a reportagem da revista Tecnologia & Vidro foi até a sede da Abrasipa, no bairro do Limão, em São Paulo. Ali, Gabriel Leicand, responsável pela comercialização do Enduro Shield no mercado nacional, explicou que nos vidros jateados a melhor aplicação é feita através de um compressor de ar, item que se encontra em todos os jateadores.
Para a aplicação, Gabriel utilizou uma pistola especial que distribui melhor o produto sobre a superfície do vidro, evitando desperdício de material. Tal item é comercializado pela Abrasipa e pode ser fornecido gratuitamente ao jateador na compra de uma quantidade predeterminada do produto.
O primeiro passo para o teste é a limpeza de um dos vidros jateados, que foi feita por um produto de limpeza apropriado, denominado Proclean, também comercializado pela Abrasipa.
Após a limpeza e depois de se aguardar a secagem por alguns minutos, o Enduro Shield é aplicado na superfície áspera de uma das peças de vidro jateado.
A reportagem constatou que a peça protegida por Eduro Shield ficou totalmente livre das marcas dos dedos.
Já que a peça sem proteção adequeda continuou manchada mesmo após a lavagem.
Custo
Por se tratar de um produto revolucionário e importado, o custo do Enduroshield pode parecer exagerado para alguns vidraceiros. Gabriel, entretanto, explica que é preciso ter em mente que, dependendo da quantidade utilizada pela vidraçaria, o custo da aplicação deste protetor por metro quadrado de vidro jateado ficará entre R$ 8,00 e R$ 20,00, valor que pode facilmente ser acrescido ao valor final, com o argumento de se tratar de um vidro que recebeu proteção especial.
O empresário garante que uma única aplicação é suficiente para que o vidro fique protegido por até cinco anos.
Colocado à prova
O primeiro teste com as duas peças de vidros foi feita após 24 horas da aplicação. O teste se constituiu simplesmente em friccionar as mãos com a gordura natural do corpo sobre as duas superfícies jateadas, no lado áspero. Como resultado, as duas peças ficaram igualmente manchadas (com marcas de dedos).
Em seguida, as duas peças foram lavadas com detergente comum e bastante água. A reportagem constatou que a peça protegida por Enduro Shield ficou totalmente livre das marcas dos dedos. Já a peça sem proteção adequada continuou manchada mesmo após a lavagem.
A reportagem iniciou também um segundo teste, atendendo a uma sugestão da própria Abrasipa: as duas peças foram posicionadas, com o lado áspero para cima, no beiral de uma janela. Elas ficarão no local por dois meses. Ao final deste período, faremos nova lavagem das duas peças e apresentaremos o resultado obtido na edição janeiro/fevereiro da revista.