Sua empresa beneficia vidros? Então provavelmente já comprou algum equipamento por impulso! Se acredita que não, acompanhe o processo de decisão da transformadora curitibana Blue Glass, que levou cinco anos realizando várias viagens para se decidir pela compra do forno de laminação 100 PVB+, da espanhola Pujol.
A transformadora curitibana Blue Glass, trabalha já há 10 anos com vidros laminados, comprando chapas das fabricantes, cortando e revendendo às vidraçarias e construtoras. Há cinco anos, observando o aumento no consumo de vidros laminados de temperados em sua região, o proprietário, Marco Antonio, decidiu pesquisar a possibilidade de adquirir uma linha de laminação de vidros.
“Em 2013, fui para a Europa e para a China, porque estava muito a fim de fazer investimento em uma autoclave e montar uma linha de laminados com PVB. Mas aí comecei a fazer contas e não consegui ver bons resultados nessa opção”, explica Marco. Isso porque, além do alto investimento inicial, a linha com autoclave exige alta produtividade para pagar seus custos. E, além disso, os valores praticados pelas próprias fabricantes de vidros não incentivavam tal opção. Aliado a tudo isso, estava o futuro incerto da economia, que já sinalizava reduções.
A pesquisa continuou estimulada por mais uma demanda crescente, que era a produção de vidros laminados com o vidro de proteção solar comercial Low-E, visto que esse produto especial para fachadas exige que se faça seu desbaste de bordas antes da laminação para que não apresente problemas após a instalação.
Marco, então, afinou sua pesquisa. Decidiu pela laminação de vidros especiais com qualidade diferenciada. E como intercaladores (interlayers) decidiu, por uma série de razões, trabalhar com o PVB e o Sentryglass, ambos da Kuraray.
Nesse processo, passou a visitar várias empresas e concorrentes para ver as linhas de produção em funcionamento. Visitou empresas instaladas nas cidades de Porto Alegre, Santa Catarina e São Paulo. Marco justifica: “Você olhar no catálogo é uma situação, olhar o equipamento trabalhando em uma feira é outra, e você ver o equipamento instalado, no dia a dia, é outra completamente diferente. E eu sempre procuro essa última opção, de ver o equipamento trabalhando e conversar com quem trabalha e também com quem opera.” Com satisfação, o empresário diz que, para que isso fosse possível, o bom relacionamento que já vinha mantendo com vários concorrentes foi extremamente importante.
Acabou optando, em 2018, pelo forno 100 PVB+, da espanhola Pujol, forno que trabalha com EVA, PVB e Sentryglass, dispensando a necessidade de calandra e autoclave. Para se diferenciar em qualidade, optou por construir uma sala limpa – com ambiente desumidificado e refrigerado – ligada à entrada do forno, embora a Pujol não exigisse tal investimento extra. Marco justifica: “A sala limpa foi para garantir o nível que eu pretendia ao trabalhar com o PVB e o Sentryglas. E, a partir do que eu tenho hoje, se amanhã decidir iniciar para uma linha de laminação com autoclave, já fica mais fácil, apesar de que essa não é minha ideia. O mercado, do jeito que está hoje, não comporta.” Após feita a decisão de compra junto à Vetro Máquinas, que representa a Pujol no Brasil, o equipamento foi entregue em seis meses, dentro do prazo estipulado em contrato. “Fomos muito bem atendidos pela Vetro Máquinas.
O Ezio Cabib, já conheço de longa data, deve chegar há 20 anos. Depois que o forno chegou aqui, veio um pessoal da Espanha fazer a parte da montagem e, na semana subsequente, veio outro funcionário verificar a parte técnica da produção e dar treinamento para meu pessoal, juntamente com outro funcionário aqui do Brasil. Fiquei bastante satisfeito com toda essa organização deles e com o resultado final obtido”. Todo o critério minucioso utilizado no processo de compra, segundo Marco, foi recompensado. O proprietário da Blue Glass descreve: “O forno Pujol me surpreendeu positivamente, na economia e, principalmente, na qualidade. Não fui só eu a ser surpreendido nesse quesito. O pessoal da Kuraray que esteve aqui fazendo a homologação do PVB ficou surpreso também. Cito-os porque possuem autoridade para falar, por terem já visto vários fornos em operação. Fizemos alguns testes e eles ficaram impressionados positivamente com o pro- duto final.” Marco comenta que o laminado de temperados exige muito capricho, porque a posição dos furos e das bordas precisa ficar extremamente alinha- da. “Este forno da Pujol, da forma como montei, é específico para fazer o laminado de temperados. Para esse produto, vou dizer, com certeza, que é muito melhor que uma autoclave. Porque ele tira a pressão dentro da bolsa”, comenta. O equipamento da Blue Glass é capaz de produzir laminados com medidas máximas de até 2.100 mm x 3.800 mm, tamanho que, segundo Marco, atende bem às necessidades do mercado. Na empresa os pedidos de laminados de temperados são atendidos de 10 a 15 dias. Após a instalação do forno, que passou a operar no início deste ano, a empresa já atendeu também a diversos pedidos inusitados de vidros especiais. Um multilaminado para ser instalado como lateral de uma piscina e um vidro para ser testado balisticamente foram alguns deles. “Hoje a Blue Glass está capacitada a atender vidros especiais com a qualidade e o capricho que é o diferencial de nossa marca”, finaliza Marco .