Vidro Qualy: crescimento acelerado
Quem visita a sede da empresa se impressiona com o tamanho. São aproximadamente 1.500 metros quadrados de área construída incluindo escritórios, setor de lapidação e furação, setor de corte de alumínio, estoque e outros. Na empresa trabalham mais de 20 funcionários, incluindo quatro equipes de instalação. A empresa possui um caminhão (Hyundai HR), três picapes e um caminhão e um Fiat Uno para o profissional de medição. Conta também com a prestação de serviços de duas empresas terceirizadas.
A proprietária Francislaine Campos de Souza, 29 anos, destaca que todo o patrimônio da empresa, incluindo os veículos, já foi quitado e tem em seus planos adquirir uma sede própria, pois a atual é alugada.
Francislaine costuma dizer que a empresa é nova, mas conta com muita experiência, pois conhece o setor há 13 anos. Começou atendendo telefonemas em uma grande vidraçaria mineira, em pouco tempo passou a vender e, quando completou 18 anos de idade, tirou carteira de motorista e passou a exercer o cargo de vendedora externa, fazendo muito sucesso entre os clientes. “Fazia a medição, apresentava soluções, acompanhava obras e me especializei em fazer lojas em shoppings, inclusive acompanhando instalações noturnas”, explica.
Após seis anos na função a empresa em que trabalhava passou por uma crise financeira que chegou a atrapalhar o atendimento de alguns clientes. Vendo que a situação se agravava resolveu deixar a empresa e montar sua própria vidraçaria.
Começou em um local pequeno com duas pessoas, incluindo ela própria, que era responsável pelas vendas e um único profissional especializado instalava os vidros.
Em seguida contratou um ajudante e teve de vender seu carro para comprar uma picape para o transporte. Mais adiante comprou a máquina de lapidar (retilínea Use Mak) e conseguiu aumentar sua lucratividade. O começo foi difícil, apesar de Francislaine contar com a simpatia de seus clientes antigos.
O principal esforço de Francislaine no início foi montar uma boa estrutura para atender bem os clientes. E a dificuldade principal sempre foi encontrar profissionais especializados e competentes. A empresária conta que quando a vidraçaria era pequena os candidatos às vagas não acreditavam em seu potencial e, mesmo quando conseguia contratá-los, logo os perdia para alguma vidraçaria maior.
A situação melhorou quando a vidraçaria na qual havia trabalhado antes por vários anos encerrou suas atividades. A Vidro Qualy herdou boa parte de sua clientela e também alguns de seus funcionários mais competentes.
A partir daí o crescimento foi contínuo, sendo o ano seguinte melhor que o anterior.
Atualmente a Vidro Qualy possui profissionais responsáveis por cada área: “Hoje eu tenho o pessoal de projetos, que comanda as obras, uma pessoa para fazer a medição, o setor de vendas, uma menina de compras. O que eu faço é ir às obras maiores ou naquelas obras em que tem algum probleminha para resolver. Fico observando o que está acontecendo, rodando sempre, olhando para a administração e a maior parte no geral”, explica Francislaine.
Curiosamente, toda a equipe de comando da Vidro Qualy é composta por mulheres, inclusive na elaboração dos projetos e desenhos. Conforme foi se estruturando, foram aparecendo também os serviços mais lucrativos.
Questionada pela reportagem sobre a qualidade dos serviços dos terceirizados, a encarregada pelo setor explicou que todo o serviço executado por eles é conferido junto ao cliente. O pagamento é feito somente se for constatado que a instalação foi bem feita. Em caso negativo é exigido que o serviço seja refeito.
Outro impulso nas vendas aconteceu no ano passado, quando a vidraçaria passou a ser uma das parceiras na tenda da Divinal. Preparou-se antes para a demanda extra e o volume de serviços aumentou de 20% a 30%. “Esta parceria com a Divinal acaba dando muito mais segurança para os clientes, principalmente os mais exigentes, porque o cliente vê o nome da Divinal e nosso junto. A tenda da Divinal ajudou muito também, porque muita venda saiu de lá e tem grandes obras de construtoras que vão procurar diretamente a Divinal”, explica a empresária.
Assim como as demais vidraçarias que participam em parceria com a Divinal nas tendas, a Qualy Vidros cobra pela visita de orçamentos nos locais de instalação dos clientes. O valor cobrado é subtraído do orçamento caso o serviço seja aprovado. Se não for aprovado o pagamento é retido.
Para manter o volume de pedidos a Vidro Qualy já fez três anúncios na televisão, anuncia em listas, revistas e mantém um catálogo eletrônico no site da empresa www.vidroqualy.com.br. Muitos dos serviços chegam por indicação ou por clientes que observam os carros adesivados na rua ou os funcionários uniformizados.
A empresa instala vidros laminados, temperados, multilaminados, laqueados, bisotados, jateados, espelhos. Além disso, realiza trabalhos de colagem UV para móveis e decoração.
Preferem contratar ajudantes e treinar instaladores de outras vidraçarias. “Mão de obra hoje no mercado é difícil e complicada, temos aqui aqueles que são os mais antigos que tentamos segurar ao máximo, porque em caso de perda é difícil repor este tipo de funcionário, e preferimos contratar ajudantes sem saber nada, eles entram e os treinamos com a mentalidade de qualidade da empresa”, explica Francisleine.
O perfil de clientes da Vidro Qualy é bastante variado. Atendem até mesmo arquitetos e decoradores, porém o maior volume vem das construtoras, que exigem preço bom, experiência e qualidade.
Com os setores de lapidação e furação funcionando a empresa prefere, sempre que possível, contratar somente os serviços de mão-de-obra de têmpera da Divinal.
Dessa forma a lucratividade é maior para a empresa. A lapidação dos vidros redondos e modelados, entretanto, é feita na lixadeira manual.
“Minha empresa está estruturada de forma que se eu ficar uma semana sem vir ela funciona do mesmo jeito, mas isso raramente acontece porque somos muito ligados no nosso negócio”, declara Francislaine.