Hottvidros: vagas abertas
Na Hottvidros as vagas para instalador de vidros temperados estão sempre abertas. “Se hoje aparecer cinco instaladores aqui pedindo emprego eu contrato todos. Eles vão ficar algum tempo ociosos, mas rapidamente vamos aproveitá-los”, argumenta Hudson Lucas Hott, 29 anos, proprietário da empresa.
Essa tem sido a experiência do empresário desde que abriu a empresa, há quatro anos: estruturar-se na instalação e montagem para, em seguida vender com facilidade os serviços. Não é à toa que a empresa em tão pouco tempo de existência já possui 35 funcionários e tenha mudado de endereço visando ampliação uma vez a cada ano.
Hudson defende que o mercado está bastante aquecido e existe falta de mão de obra especializada. Segundo ele, vender o serviço é a parte mais fácil, basta a empresa conseguir construir sua reputação de sempre honrar compromissos e prazos cuidando sempre da qualidade.
O empresário faz ainda questão de contratar todos os seus colaboradores com registro em carteira. No início da empresa tentou terceirizar a mão de obra de instalação, mas enfrentou muitas dificuldades.
A entrada para o setor vidreiro aconteceu quando ainda tinha 18 anos e estudava Engenharia Civil. Foi contratado pela Projevidros, por Marcos La Torre, para ajudar na leitura de projetos, que chegavam à empresa constantemente. “Meu pai é arquiteto e eu já trabalhava com ele desde os 14 anos, então já tinha uma facilidade muito grande em decifrar os projetos”, conta Hudson.
Marcos – que após seu falecimento teve o nome adotado pelo curso de vidraçaria do Senai – investiu muito em Hudson, levando-o a feiras e cursos em São Paulo. Quando saiu da Projevidros passou a se dedicar-se a sua carreira musical (canta e toca vários instrumentos) e pensou que não mexeria mais com vidros.
No entanto, a carreira com a música não decolava, a necessidade de se manter ia apertando e Hudson passou a fazer bicos. O pai arquiteto indicava clientes e ele ia executando instalações em vidros com a ajuda de terceirizados. Os clientes foram indicando outros e chegou ao ponto em que não havia alternativa a não ser montar a Hottvidros, principalmente porque não se podia confiar nos serviços terceirizados. Muitos marcavam e não apareciam, outros atrasavam a obra e alguns faziam rápido, porém sem qualidade.
“Sou da seguinte opinião, ninguém tem a obrigação de prometer nada, mas quando promete tem de cumprir”, explica Hudson. “Muitos clientes discutiram comigo na hora de eu dar o prazo previsto para a obra deles dizendo que eu iria perder o serviço, mas depois, quando viram que eu cumpria os prazos que dava, passaram a confiar e indicar outros clientes”, conta.
A frota da empresa conta com sete picapes, uma Fiorino, além de duas motos para os orçamentistas. Quando precisa transportar peças maiores com caminhão o empresário prefere contratar uma transformadora. “Sai mais em conta e é uma preocupação a menos”, defende.
A sede atual possui 200 metros quadrados de área construída e a vidraçaria está prestes a mudar para um local com 700 metros quadrados. Será a quinta mudança da empresa em cinco anos de existência.
A empresa adquiriu há pouco mais de um ano uma lapidadora retilínea bilateral e uma furadora (ambos da Use-Mak), e por algum tempo passou a cortar e lapidar os vidros temperados internamente, utilizando somente a mão de obra de têmpera da Divinal Vidros. Com o aumento no volume de instalações, entretanto, optou por priorizar o setor de instalação e beneficiar somente os espelhos e vidros sem têmpera. “A Divinal nos atende com rapidez e com margem reduzida de erros”, explica.
A parceria com a Divinal no ano passado contribuiu para essa decisão. Quando foram sorteados para ocuparem uma das três tendas da unidade mineira da empresa procuraram se estruturar melhor na instalação.
Acompanhando Hudson em visita aos clientes a reportagem percebeu que o empresário tem um lema que repete aos clientes: “nosso preço não é o menor da praça, mas é o melhor da praça”. Ele explica que se for avaliado o custo-benefício da compra, o preço da Hottvidros é muito bom, permitindo que atendam a todos os tipos de cliente.
Em sua experiência como vidraceiro, percebeu que cada vendedor tem um perfil diferente. Enquanto alguns têm aptidão para atender designers de interiores e arquitetos com suas exigências de atenção e cuidados nos detalhes, outros atendem melhor a construtoras, que não se preocupam tanto com detalhes, mas com prazos e volumes de forma prática. Mantém, portanto, vários vendedores e separa os clientes de acordo com a vocação de cada um.
O empresário diz estar satisfeito com a qualidade técnica da equipe atual. Cita como exemplo dessa qualidade que recentemente bateram o recorde da empresa, conseguindo instalar, com oito funcionários, três mil metros quadrados de vidro em menos de três dias em uma obra realizada em Uberlândia. Isso foi possível porque a obra era toda realizada em estrutura metálica e os vidros foram definidos ainda na planta. “Passei todas as medidas exatas de cada vão, milimetricamente nivelados e prumados. Fomos para a obra já com os vidros nas medidas exatas”, destaca Hudson.
A empresa possui também vários clientes cativos, como, por exemplo, a Livraria Leitura. Como as lojas seguem um padrão e utilizam a mesma equipe em todas as instalações, a Hottvidros é capaz de montar lojas com até dois mil metros quadrados em 15 dias, contando da medição até a instalação final.
Além dos planos de uma nova sede a empresa está se preparando para trabalhar com a parte de esquadrias de alumínio em fachadas. Recentemente foram em oito pessoas participar de um treinamento na cidade de Campinas e outro funcionário teve a oportunidade de se reciclar no Rio de Janeiro. O motivo para entrada nessa área, Hudson explica: “antigamente o serralheiro vendia a esquadria e o vidraceiro vendia o vidro, hoje o serralheiro já vende a esquadria com o vidro e pega com facilidade o mercado de vidros refletivos e de laminados, que é mais interessante e lucrativo que o de temperados. A ideia é voltarmos a ocupar esse mercado.”
Entre as obras da Hottvidros estão trabalhos diferenciados tecnicamente, como por exemplo, fachadas tipo Spider, telhados e pisos de vidros. “Hoje a música virou um hobby e não penso mais em seguir carreira porque trabalho em uma área que gosto, que é a construção civil e juntei o vidro que é uma coisa que na faculdade a gente não aprende, pois não tem essa matéria, e quando passamos a nos dedicar a ela descobrimos que é um mundo fascinante”, destaca o empresário.